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Proposta do governo Trump pode limitar vistos de estudantes, intercâmbio e até profissionais

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Washington, 28 de agosto de 2025 – Em uma medida que reacende debates sobre imigração legal nos Estados Unidos, o governo Trump apresentou nesta semana uma proposta que impõe prazos rígidos para vistos de estudantes (F), intercâmbio (J) e jornalistas estrangeiros (I).


O anúncio foi publicado no Federal Register em 27 de agosto e ficará aberto para comentários públicos durante 30 dias.


A iniciativa busca substituir o atual sistema de “duração de status” – que permite que os detentores desses vistos permaneçam no país enquanto cumprirem as condições de seus programas – por um modelo de tempo fixo.


Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), a mudança pretende “reforçar a supervisão” e reduzir abusos migratórios.




Principais pontos da proposta


Para estudantes e intercambistas (vistos F e J):


Limite de quatro anos: A maioria dos estudantes internacionais e visitantes de intercâmbio teria estadia máxima de quatro anos, incluindo o período de Optional Practical Training (OPT).


Extensões controladas: Quem precisar de mais tempo deverá solicitar prorrogação junto ao USCIS, iniciando nova avaliação de segurança.


Programas mais curtos: Estudantes de inglês teriam limite de 24 meses e alunos de ensino médio público, apenas 12 meses.


Menos tempo para saída: O período de permanência após a conclusão dos estudos seria reduzido de 60 para 30 dias.



Para jornalistas estrangeiros (visto I):


Entrada inicial de 240 dias: Representantes da mídia teriam autorização de permanência de até oito meses.


Possível extensão: Poderiam solicitar mais 240 dias, mas sempre restritos à duração de sua missão temporária.


Restrição a chineses: Jornalistas com passaporte da China ficariam limitados a apenas 90 dias de permanência.



Justificativas do governo


O DHS argumenta que o atual sistema é “difícil de monitorar” e facilita a permanência de chamados “estudantes eternos”, que se inscrevem em cursos indefinidamente para permanecer no país.


Segundo o órgão, isso representa risco à segurança nacional, traz prejuízos a cidadãos norte-americanos e gera custos aos contribuintes.


Ao impor prazos fixos e exigir reavaliações periódicas, a administração afirma que poderá acompanhar melhor os vistos e reduzir o número total de estrangeiros nessas categorias.



Críticas e possíveis impactos


A proposta já gera forte reação de universidades, organizações educacionais e governos estrangeiros.


Custos e burocracia: Estudantes e instituições de ensino afirmam que o novo sistema aumentaria a incerteza, com mais processos junto ao USCIS e custos adicionais.


Menos estudantes internacionais: Especialistas alertam que a medida pode afastar jovens de outros países, diminuindo matrículas e afetando o orçamento de universidades que dependem dessas receitas.


Risco à pesquisa e inovação: Cursos longos, como doutorados, poderiam ser prejudicados, interrompendo carreiras acadêmicas e avanços científicos nos EUA.


Reação internacional: O Ministério das Relações Exteriores da China criticou a proposta, chamando-a de “discriminatória contra países específicos”.



O que vem a seguir?


A proposta ainda não tem força de lei. Qualquer pessoa pode enviar comentários até o fim do período de 30 dias no Federal Register.


Após isso, o governo decidirá se implementará as mudanças, possivelmente enfrentando disputas judiciais.


Para a comunidade brasileira nos EUA, a mudança pode afetar diretamente estudantes de intercâmbio, jovens em programas de inglês e profissionais de mídia.


Especialistas em imigração recomendam acompanhar de perto a evolução da medida e, se necessário, buscar orientação jurídica para planejar o futuro acadêmico ou profissional no país.


 
 
 

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